"Seja muito sincero, o que você achou do carro?”, pergunta Frederico Battaglia, diretor de marketing da Peugeot do Brasil, no almoço, após rodarmos 200 km nos arredores de Buenos Aires, até Los Lobos, no novo Peugeot 308. Tomo mais um gole do aromático vinho Merlot, corto mais um suculento pedaço da carne, assada com esmero em fogo de chão, e respondo: bem passado!
PEUGEOT 308
Preço estimado
R$ 50.000
Potência
122 cv
Torque
16,4 mkgf
Peso
1.318 kg
Afinal, mais um pouco de espera e o 308 que chega ao Brasil em março, vindo de El Palomar, na Argentina, poderia soar passado demais para o paladar. Ele está no forno há seis anos, desde seu lançamento na Europa, em 2007. Tempo demais. Aqui, chega só em março, reestilizado com a nova linguagem de design da Peugeot e ofertado em duas motorizações: a inédita EC5, 1.6 16V Flexstart (com 122 cv, comando de válvulas variável e sem o tanquinho de partida a frio) e a tradicional 2.0 16V, o mesmo do 408 , com 151 cv (etanol). O 2.0 terá duas opções de transmissão, manual de cinco marchas e automática de quatro velocidades. As versões ainda não foram reveladas. Nem os preços.
Saímos da capital argentina a bordo do 2.0 manual, completo, único carro disponível para avaliação. A sensação é a mesma de se estar em um 408: bancos, volante, painel (com exceção do quadro de instrumentos) são exatamente os mesmos. Se comparado com o 307, há uma leve redução do ruído interno – lembrando que o modelo anterior já era um carro silencioso – graças à adoção de um para-brisa acústico, que reduz boa parte dos ruídos externos. As medidas externas também mudaram: ele ficou 6 cm mais comprido, 5 cm mais largo e 2 cm mais baixo. E seu porta-malas se beneficiou das medidas extras e traz 430 litros.
O rodar é parecido com o de seu antecessor. Traz muito conforto, passa a sensação de um carro maior – até por conta do painel mais avantajado – e poderia soar um pouquinho mais esportivo. A direção tem respostas boas, mas não é tão rápida quanto se espera de um hatch. A calibragem de suspensão privilegia o conforto, como no 408, enquanto as relações de marchas longas e o curso generoso da alavanca de câmbio soam conservadoras. As rodas de 17 polegadas e o entre-eixos mais curto que o do sedã (o 308 tem 2,60 metros, enquanto o 408 traz 2,71 m) que dão tempero extra na tocada. Como no 408, gostaríamos que o banco do motorista pudesse ficar mais baixo, mas, ainda assim, há uma posição de dirigir agradável.
Melhor que o europeu
O 308 de El Palomar, diferentemente da Europa, adotou a nova linguagem de design da marca. E, mesmo tendo sido desenvolvido sob a velha prancheta de design da Peugeot – é um projeto lançado em 2007 –, ficou alinhado. As alterações se concentraram, principalmente, na dianteira, que ganhou um novo para-choque, semelhante ao do 408, com o adicional de luzes diurnas de posição de LED. As laterais perderam os frisos, ficando mais limpas, enquanto a traseira recebeu um para-choque com novo desenho, mais esportivo e com cromados bem posicionados. Sim, o 308 ficou interessante.
E, ao menos nessa versão completa, o Peugeot é bem recheado. Traz o teto solar fixo Cielo – semelhante ao que era usado no 307 SW, ar-condicionado digital de duas zonas, seis air bags, controle de tração e estabilidade, além de um sistema de som com tela de sete polegadas retrátil, com navegador. Resta saber, destes, quais serão itens de série, ou opcionais. Se seguir a mesma nomenclatura adotada no 408, virá em três versões: Allure, Griffe e Feline. Na Argentina, o 308 com motor 1.6 traz a versão Active, de entrada. Para o segundo semestre, aguarde uma versão esportiva –Peugeot, traga a sigla GTI, por favor! – com o eficiente motor 1.6 THP, o mesmo adotado no RCZ. É a dose de pimenta que falta neste nobre corte argentino.
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